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domingo, 30 de dezembro de 2012

NOTAS MUSICAIS



E aqui estou eu, com a minha viola, sentada num rochedo,

Afinal de contas, eu tenho tempo;


Debaixo deste enorme manto azul, bordado a fio dourado,

Com a lua a brincar comigo, do outro lado,

 Como que a querer, com os meus cinco sentidos, marcar,

O ritmo e o compasso de uma música que eu quero recordar,

 E, sem me aperceber, adormeço na praia,

Enrolada a um xaile que eu trazia preso à minha saia;

 Aos pés de uma espuma branca, após uma pequena onda rebentar,

Ao som aveludado de uma brisa, a passar-me pelo rosto, devagar;

 E sonho alto, algo efémero,

Mas muito severo...

 (A noite, às vezes, é-nos bastante cruel...)

E tu já não me queres ser fiel!

 As minhas mãos estão vazias de ti!

E, de repente, de punhos fechados, dou por mim,

 A ir ao encontro deste enorme areal pautado de inúmeras conchas molhadas,

Desde as últimas notas (...) cá largadas;

 E aqui estou eu, com a minha viola, sentada à beira do cais,

Assistindo, ao nascer de um novo dia, nada mais,

 Onde, já de si, o sol decide derreter,

Em meu pensamento, e a seu belo prazer,

 As minhas ideias e contra sensos,

De bravios imensos;

 Mas eu ganho forças e levanto-me,

Dou um passo e depois outro e equilibro-me,

 Os meus olhos estão virados para a frente

P/uma...clave de sol, ou será uma...âncora (?) não sei bem o que se me apresenta;

 Mas aí, eu vou querer desenhar, de certeza, aquela bonita melodia,

Cheia de notas musicais de mãos dadas, para logo a seguir também eu

me juntar a ela, até acabar o dia...

 Vou pegar na minha viola e vamos todos seguir sem destino,

Que uma longa estrada cortada ao trânsito será, para sempre, o nosso hino;
Minhas senhoras e meus senhores, eis que vos apresento o meu novo eu,
muito mais eu!

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