E aqui
estou eu, com a minha viola, sentada num rochedo,
Afinal de
contas, eu tenho tempo;
Debaixo
deste enorme manto azul, bordado a fio dourado,
Com a lua
a brincar comigo, do outro lado,
Como que
a querer, com os meus cinco sentidos, marcar,
O ritmo e
o compasso de uma música que eu quero recordar,
E, sem me
aperceber, adormeço na praia,
Enrolada
a um xaile que eu trazia preso à minha saia;
Aos pés
de uma espuma branca, após uma pequena onda rebentar,
Ao som
aveludado de uma brisa, a passar-me pelo rosto, devagar;
E sonho
alto, algo efémero,
Mas muito
severo...
(A noite, às vezes, é-nos bastante cruel...)
E tu já
não me queres ser fiel!
As minhas
mãos estão vazias de ti!
E, de
repente, de punhos fechados, dou por mim,
A ir ao
encontro deste enorme areal pautado de inúmeras conchas molhadas,
Desde as
últimas notas (...) cá largadas;
E aqui
estou eu, com a minha viola, sentada à beira do cais,
Assistindo,
ao nascer de um novo dia, nada mais,
Onde, já
de si, o sol decide derreter,
Em meu
pensamento, e a seu belo prazer,
As minhas
ideias e contra sensos,
De
bravios imensos;
Mas eu
ganho forças e levanto-me,
Dou um passo
e depois outro e equilibro-me,
Os meus
olhos estão virados para a frente
P/uma...clave
de sol, ou será uma...âncora (?) não sei bem o que se me apresenta;
Mas aí,
eu vou querer desenhar, de certeza, aquela bonita melodia,
Cheia de
notas musicais de mãos dadas, para logo a seguir também eu
me juntar
a ela, até acabar o dia...
Vou pegar
na minha viola e vamos todos seguir sem destino,
Que uma
longa estrada cortada ao trânsito será, para sempre, o nosso hino;
Minhas senhoras e meus senhores, eis que vos apresento o meu novo eu,
muito mais eu!
muito mais eu!
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